15 de nov. de 2012

Construção de Redes - XXII


Dificuldades, avanços e propostas
É necessário identificar conjuntamente os obstáculos que cada instituição vive no cotidiano de sua atuação, assim como os avanços conquistados e as propostas para melhorar o seu trabalho e o trabalho em rede. Esse momento traz informações fundamentais para a próxima etapa, que é a de construção dos objetivos e metas.

Objetivos e planos de metas
Como dissemos antes, uma rede só existe na medida em que os integrantes tenham e alimentem objetivos comuns e busquem um resultado desejado por todos. Declarar esses objetivos e resultados, é fundamental para que o trabalho comece a acontecer.
Vamos aqui chamar de objetivo aquilo que faz um grupo de instituições e organizações estar junto, o horizonte que anima esse esforço todo, a resposta para a pergunta: pra que a Rede? Planejar as metas significa definir o que faremos em um determinando tempo para avançarmos rumo aos objetivos da Rede.
Meta é algo concreto que se faz, um resultado que pode ser medido. Quais são as nossas metas para daqui seis meses? Onde queremos estar em um ano? Cuidado: é fundamental definir metas que sejam factíveis, sem entrar na megolomania. Ainda mais em um esforço que envolve instituições e organizações heterogêneas, é necessário levar com calma o andor. Se as metas são muitas e os grupos ficam muito longe delas, a frustração toma lugar e fragiliza o poder de ação das pessoas. O objetivo acaba ficando muito longínquo e inalcançável, cheio de dificuldades. Mas se as metas forem poucas e puderem ser alcançadas, pelo menos em parte, o grupo vai se sentindo mais forte e competente para o desafio, ganhando asas para voar mais longe.
Para se definir coletivamente, com todos os parceiros, de forma intersetorial, os objetivos e as metas do trabalho em rede, a metodologia do planejamento estratégico é uma poderosa ferramenta.
O planejamento estratégico é um conjunto de procedimentos que ajuda as organizações e as comunidades a definirem suas prioridades, metas, estratégias e criar vínculos, confiança e compromissos entre os(as) participantes. Possibilita o reconhecimento de diferentes visões e conflitos no grupo e a construção de pactos em torno de objetivos comuns. Existem diversas abordagens de planejamento estratégicos, as mais recomendadas para o trabalho em rede são as que permitem processos mais participativos. Alguns passos de um planejamento estratégico: 
  1. Definir quem vai participar do grupo de planejamento
  2. Levantar os problemas enfrentados pelas instituições
  3. Identificar possíveis causas
  4. Estabelecer os resultados que se almeja
  5. Explicitar os objetivos do grupo
  6. Traçar o plano de ação com as metas, o cronograma e a divisão de responsabilidades
  7. Analisar a viabilidade (contexto, riscos, oportunidades)
  8. Definir como será o gerenciamento do trabalho
  9. Realizar monitoramento e avaliação permanentes

Do planejamento estratégico, faz parte a definição do cronograma e a divisão das responsabilidades. É necessário que todos assumam suas responsabilidades na construção da rede, de acordo com as possibilidades reais.
Para  saber se estamos chegando onde nos propusemos, avaliar os passos dados e corrigir os rumos é fundamental realizar o monitoramento e a avaliação de indicadores. Os indicadores são termômetros que assumimos como referência do caminho, importantes instrumentos que facilitam o processo de tomada de decisão e que ajudam a medir se estamos avançando no que nos propusemos, ou seja, rumo à melhoria da qualidade do atendimento oferecido à população.
Esses indicadores podem ser qualitativos e quantitativos e medir a eficiência, a eficácia e o impacto da ação na comunidade. É fundamental definir aqueles indicadores que se tenha condição de monitorar de fato. E quem vai fazer esse monitoramento? Pode-se definir um grupo, a coordenação do processo ou alguém externo. O importante é que o processo de avaliação seja permanente e permita perceber nossos avanços, desafios e aonde a coisa pega.

Fonte: adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo; Rede Mulher de Educação, 2003.

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