Dinâmicas Participativas
Um
trabalho inovador como o da construção de redes de serviços, que
pretende articular e potencializar a força, promover vínculos e criar
sinergia entre instituições e pessoas, exige o investimento em metodologias
e dinâmicas participativas como base do desenvolvimento do
processo de construção e consolidação da rede.
A participação é
fundamental para a maior qualidade e efetividade das propostas e
estratégias, para o maior compromisso de todos com o desenvolvimento
do processo e para que a iniciativa esteja afinada com
o aprimoramento democrático de nossa sociedade.
Entre
os princípios de uma metodologia participativa que a educação popular,
inspirada em Paulo Freire, nos ensina estão:
- o estímulo e o respeito às diferentes expressões dos participantes;
- a valorização da experiência vivencial de cada pessoa;
- o desenvolvimento de um processo coletivo a partir da realidade e das necessidades específicas dos grupos;
- a aprendizagem com a prática, realimentada pela teoria;
- o reconhecimento da diversidade, dos conflitos e das cooperações como parte do processo de construção coletiva;
- a promoção do autodesenvolvimento pessoal; e
- o investimento na capacidade de pessoas, grupos e organizações serem sujeitos de transformação de suas vidas e da sociedade.
Sintonizadas
com esses princípios, aqui vão algumas dicas práticas para
reuniões, encontros e oficinas:
- Muitas vozes e cores: todos(as) os(as) participantes são importantes e têm contribuições que podem trazer novos olhares, informações e propostas com relação ao problema;
- Escutar para compreender: para que o grupo aproveite as contribuições de todos é fundamental desenvolver uma escuta ativa, que permita compreender o que o(a) outro(a) traz para o grupo: suas opiniões, vivências, receios, idéias;
- Visualização e registro: a visualização por meio de cartazes, quadros-negros ou brancos, uso de tarjetas, etc. facilita o trabalho grupal ao permitir a identificação mais clara e rápida de objetivos da reunião, da pauta, das principais questões e decisões pactuadas, da definição de responsabilidade e do cronograma;
- Horário e pauta: no caso de reuniões, cuidado com aquelas que se alongam, alongam... e que acabam “cansando a beleza” das pessoas e desgastando o clima do grupo;
- Regras de convivência: no começo de encontros e oficinas com duração de um ou mais dias, é interessante que o grupo defina as suas regras de convivência para o período em que permanecerem juntos;
- Ambiente: na medida do possível, mesas em torno das quais todos mundo sente ou cadeiras dispostas em formato de círculo possibilitam aquele “olho no olho” que facilita a comunicação entre as pessoas;
- Corpo e alma: caso o grupo tenha interesse e disponibilidade, brincadeiras e músicas podem ser usadas no começo, no meio ou no final das reuniões;
- Saber receber novos(as) participantes: essa é uma questão fundamental, ainda mais em um trabalho em rede. Muitas vezes, por motivos diversos, um integrante é substituído. Promover e cuidar dos vínculos é fundamental;
- A importância da facilitação: é fundamental definir uma ou mais pessoas que atuem como facilitadoras das reuniões, dos encontros e das oficinas.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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