26 de out. de 2012

Construção de Redes - XV


Dinâmicas Participativas
Um trabalho inovador como o da construção de redes de serviços, que pretende articular e potencializar a força, promover vínculos e criar sinergia entre instituições e pessoas, exige o investimento em metodologias e dinâmicas participativas como base do desenvolvimento do processo de construção e consolidação da rede.
A participação é fundamental para a maior qualidade e efetividade das propostas e estratégias, para o maior compromisso de todos com o desenvolvimento do processo e para que a iniciativa esteja afinada com o aprimoramento democrático de nossa sociedade.
Entre os princípios de uma metodologia participativa que a educação popular, inspirada em Paulo Freire, nos ensina estão:
  • o estímulo e o respeito às diferentes expressões dos participantes;
  • a valorização da experiência vivencial de cada pessoa;
  • o desenvolvimento de um processo coletivo a partir da realidade e das necessidades específicas dos grupos;
  • a aprendizagem com a prática, realimentada pela teoria;
  • o reconhecimento da diversidade, dos conflitos e das cooperações como parte do processo de construção coletiva;
  • a promoção do autodesenvolvimento pessoal; e
  • o investimento na capacidade de pessoas, grupos e organizações serem sujeitos de transformação de suas vidas e da sociedade.
Sintonizadas com esses princípios, aqui vão algumas dicas práticas para reuniões, encontros e oficinas:
  • Muitas vozes e cores: todos(as) os(as) participantes são importantes e têm contribuições que podem trazer novos olhares, informações e propostas com relação ao problema;
  • Escutar para compreender: para que o grupo aproveite as contribuições de todos é fundamental desenvolver uma escuta ativa, que permita compreender o que o(a) outro(a) traz para o grupo: suas opiniões, vivências, receios, idéias;
  • Visualização e registro: a visualização por meio de cartazes, quadros-negros ou brancos, uso de tarjetas, etc. facilita o trabalho grupal ao permitir a identificação mais clara e rápida de objetivos da reunião, da pauta, das principais questões e decisões pactuadas, da definição de responsabilidade e do cronograma;
  • Horário e pauta: no caso de reuniões, cuidado com aquelas que se alongam, alongam... e que acabam “cansando a beleza” das pessoas e desgastando o clima do grupo;
  • Regras de convivência: no começo de encontros e oficinas com duração de um ou mais dias, é interessante que o grupo defina as suas regras de convivência para o período em que permanecerem juntos;
  • Ambiente: na medida do possível, mesas em torno das quais todos mundo sente ou cadeiras dispostas em formato de círculo possibilitam aquele “olho no olho” que facilita a comunicação entre as pessoas
  • Corpo e alma: caso o grupo tenha interesse e disponibilidade, brincadeiras e músicas podem ser usadas no começo, no meio ou no final das reuniões;
  • Saber receber novos(as) participantes: essa é uma questão fundamental, ainda mais em um trabalho em rede. Muitas vezes, por motivos diversos, um integrante é substituído. Promover e cuidar dos vínculos é fundamental; 
  • A importância da facilitação: é fundamental definir uma ou mais pessoas que atuem como facilitadoras das reuniões, dos encontros e das oficinas.
Fonte: adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo; Rede Mulher de Educação, 2003.

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