O papel de cada um na rede
Além
de identificar os reais e possíveis atores/instituições integrantes da rede,
é fundamental conhecer sua missão institucional, seu funcionamento e as
dificuldades que enfrentam para a configuração da rede de serviços. A identificação
dos papéis que cada um dos atores desempenham, podem ou devem
desempenhar na rede de serviços é essencial para seu funcionamento.
É
importante que haja um reconhecimento, entre as instituições e grupos que
farão parte da construção da rede de serviços, do que cada organização faz
e não faz, de suas potencialidades e limitações, para que não haja confusão e/ou
superposição de papéis, bem como não se alimentem frustrações e expectativas equivocadas
de umas em relação às outras, ou seja, para que as atribuições e
as responsabilidades de cada uma delas estejam bem claras.
Assim,
será possível também melhor otimizar suas competências e estabelecer fluxos
e dinâmicas de trabalho reais e eficazes, permitindo adequada orientação
e encaminhamento aos serviços disponíveis na rede que
se pretende constituir.
As
instituições são dotadas de missões próprias, mas seu papel na rede de serviços
pode ganhar outras dimensões e significados, de acordo com a realidade local
e da forma como se darão as composições dentro da rede. É fundamental, pois,
identificar as diferenças de natureza, papel, capacidade e função de cada
instituição que integra ou que se pretender integrar na rede de serviços.
Configurando a rede de serviços
A
configuração da rede de serviços - constituída por organizações que prestam
atendimento especializado, fornecem informações e orientações, realizam encaminhamentos,
desenvolvem prevenção - pode variar de local para local,
dependendo dos equipamentos existentes ou disponíveis.
Entretanto,
algumas instituições são imprescindíveis na prestação de serviços. Tratam-se
daquelas instituições mais diretamente responsáveis pelo atendimento da Política Pública, em situações de crise ou emergência.
Destaquemos algumas delas, que devem atuar na rede de serviços locais
que se almeja articular:
A realidade dos serviços no Brasil
Apesar
dos avanços ocorridos nas últimas décadas, a realidade dos serviços, ainda é bastante precária e insatisfatória no país.
Quando
existentes, em geral, não dispõem de recursos materiais e humanos suficientes
e adequados, carecem de maior autonomia administrativa, política
e financeira, não funcionam de forma articulada com serviços afins, não
possuem uma visão holística, humanista e transversal da temática, tampouco trabalham
em uma dinâmica que permita um fluxo orgânico institucionalizado e
normatizado e o compartilhamento de informações fundamentais para o
atendimento
qualificado das Políticas Públicas.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento daviolência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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