3 de out. de 2012

Construção de Redes - VI


O que faz uma rede acontecer?

Uma rede nasce dos objetivos comuns de um grupo de pessoas, coletivos e instituições.
Essas pessoas, coletivos e instituições geralmente possuem visões, papéis e desafios diferentes, ou seja, são heterogêneos, mas se juntam em torno de um conjunto de objetivos.
Isso quer dizer que fazer parte de uma rede não significa que todo mundo deva concordar com tudo, negar as diferenças, pensar igual. Ao contrário, uma das grandes forças das redes é juntar e potencializar a força da diversidade.
As redes constituem um exercício coletivo de identificar objetivos comuns que alimentam e dão sentido à união. 
O funcionamento da rede depende do desenvolvimento da cooperação, da confiança, da solidariedade, da transparência e da co-responsabilidade. A rede pressupõe participação consciente dos seus(suas) integrantes, pois todos têm o desafio de “arregaçar as mangas” e ser sujeito dessa construção. Aquelas redes que nascem da manipulação ou são impostas sem que seus integrantes assumam a co-responsabilidade pela sua construção dificilmente sobrevivem e ganham raízes.
Nas redes há uma maior distribuição de poder e todos têm poder de decisão. Isso não significa que todo mundo faz tudo e atira para todo lado. 
Conforme os objetivos e a complexidade dos desafios, podem ser definidas e legitimadas funções, que são exercidas por um(a) ou mais integrantes, sejam eles(elas) pessoas, grupos ou instituições.
O reconhecimento da importância de cada integrante anda de mãos dadas com a circulação da informação: informação é poder.
Se nas pirâmides a concentração de poder é proporcional à concentração de informação nas redes a informação tem de circular, ela é o sangue que alimenta e faz com que tudo flua, cresça e apareça.

Rede: uma malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus nós possa ser considerado principal ou central, nem representante dos demais. Não há um “chefe”, o que há é uma vontade coletiva de realizar determinado objetivo” (Francisco Whitaker).

Fonte: adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede!: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento daviolência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo; Rede Mulher de Educação, 2003.

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