O que faz uma rede acontecer?
Uma
rede nasce dos objetivos comuns de um grupo de pessoas, coletivos e
instituições.
Essas pessoas, coletivos e instituições geralmente possuem visões,
papéis e desafios diferentes, ou seja, são heterogêneos, mas se juntam em
torno de um conjunto de objetivos.
Isso quer dizer que fazer parte de uma rede
não significa que todo mundo deva concordar com tudo, negar as diferenças, pensar
igual. Ao contrário, uma das grandes forças das redes é juntar e potencializar
a força da diversidade.
As redes constituem um exercício coletivo de
identificar objetivos comuns que alimentam e dão sentido à união.
O
funcionamento da rede depende do desenvolvimento da cooperação, da
confiança, da solidariedade, da transparência e da co-responsabilidade. A rede
pressupõe participação consciente dos seus(suas) integrantes, pois todos têm
o desafio de “arregaçar as mangas” e ser sujeito dessa construção. Aquelas redes
que nascem da manipulação ou são impostas sem que seus integrantes assumam
a co-responsabilidade pela sua construção dificilmente sobrevivem e
ganham raízes.
Nas
redes há uma maior distribuição de poder e todos têm poder de decisão.
Isso não significa que todo mundo faz tudo e atira para todo lado.
Conforme
os objetivos e a complexidade dos desafios, podem ser definidas e legitimadas
funções, que são exercidas por um(a) ou mais integrantes, sejam eles(elas)
pessoas, grupos ou instituições.
O
reconhecimento da importância de cada integrante anda de mãos dadas
com a circulação da informação: informação é poder.
Se nas pirâmides a
concentração de poder é proporcional à concentração de informação nas redes
a informação tem de circular, ela é o sangue que alimenta e faz com que tudo
flua, cresça e apareça.
Rede:
“uma
malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefinidamente para
todos os lados, sem que nenhum dos seus nós possa ser
considerado principal ou central, nem representante dos demais. Não
há um “chefe”, o que há é uma vontade coletiva de realizar determinado
objetivo” (Francisco Whitaker).
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede!: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento daviolência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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