A importância da institucionalidade: saindo da informalidade
Para
além da definição de papéis dos atores na rede de serviços, é também necessário
reconhecer a natureza das relações que estes já mantêm entre si.
Nesse sentido, é fundamental identificar os tipos de relações entre as
instituições –
vínculos informais, formais ou inexistentes – e como estas relações podem
e devem se (re)configurar com o objetivo de criação de uma rede de serviços.
O
processo de construção deve permitir que se componha uma rede de relações
mais institucionalizada, que sele o compromisso não só dos representantes da
instituição que participam da rede, mas que propicie o envolvimento e
o compromisso efetivos da instituição com a viabilização e a consolidação da
proposta.
A
constituição da rede de serviços vai exigir, portanto, uma maior formalização
das relações, para que se tenha bases mais sólidas para seu funcionamento.
Sair
da informalidade das relações, fortalecer os vínculos entre elas
e estabelecer fluxos e dinâmicas são passos fundamentais na configuração da
rede.
Nesse
sentido, importa identificar e diferenciar relações de parceria, articulações e
relações em rede, bem como relações (inter)pessoais e (inter)institucionais
no estabelecimento e no funcionamento de uma rede de serviços.
Às
vezes, tem-se a idéia de que se trabalha em rede, mas de fato não é o que
ocorre. Muitas vezes, o que se tem são relações de parceria entre uma ou outra
instituição, uniões estabelecidas para uma tarefa pontual, alianças mais ou
menos constantes, outras temporárias, mas que não se configuram em um trabalho
em rede como tal. O trabalho em rede é muito mais que uma parceria ou
aliança pontual.
Para
que a rede de serviços aconteça é necessário estabelecer objetivos, definir
competências, papéis e relações entre os atores da rede, trabalhar a relação
existente entre eles, identificar obstáculos, avanços e desafios para o funcionamento
da rede, pactuar compromissos e metas, distribuir tarefas e responsabilidades,
garantir a execução de ações articuladas, desenvolver procedimentos/rotinas/fluxos no atendimento e na dinâmica da rede, enfim, proceder
ao planejamento, monitoramento e avaliação conjunto.
E,
por fim, o mais importante: não perder de vista que no centro desta rede
está o Ser Humano, destinatário dos serviços, em função
de quem a rede se constitui, se justifica e por quem deverá se manter.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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