Um jeito de atuar junto
As
redes, como forma de atuação conjunta de um grupo de pessoas e/ou
instituições, não são uma invenção dos dias de hoje, elas estão presentes de
diversas maneiras na história da humanidade e em diferentes culturas e sociedades:
de comunidades indígenas às empresas transnacionais.
Mas foi na década
de 90, que as redes ganharam força como forma de organização em vários
campos do conhecimento e da ação humana. Elas passaram a ser consideradas como
arranjos mais flexíveis e cooperativos, capazes de dar respostas aos
problemas e desafios cada vez mais complexos vivenciados pela humanidade.
Essa
valorização das redes também se articulou à crescente globalização dos
mercados e ao desenvolvimento do progresso das novas tecnologias, que possibilitaram
a comunicação ágil e o trabalho articulado entre pessoas, grupos e
instituições localizados em cidades, regiões e países, muitas vezes, distantes.
Vamos
nos deter nas redes que constituem uma forma de organização conjunta
entre elementos autônomos. Nessas redes, buscam-se desenvolver relações
pautadas por interdependência, complementaridade e horizontalidade, nas
quais o poder deve estar distribuído de forma mais igualitária.
Diferentemente das
organizações baseadas no modelo piramidal, que ainda é o mais comum
na sociedade, no qual o poder está concentrado na ponta e cresce à medida
que sobe o nível hierárquico, as redes ganham força e dinamismo por meio
da descentralização e da ação articulada.
No
mundo, no Brasil, em nossos municípios há vários jeitos de se construir redes.
Muitas cruzam os acúmulos dos modelos piramidal e de rede, outras
nascem e se mantêm como algo superinformal, outras criam regras e outras
se institucionalizam.
Existem redes que nasceram formais e verticalizadas como
as existentes nos sistemas público de educação e saúde.
Tudo isso varia conforme
os objetivos, as naturezas, as características da rede e quem a constitui. Geralmente,
pessoas, grupos e/ou instituições constituem redes para:
- se apoiar mutuamente
- trocar experiências e acúmulos;
- desenvolver projetos, ações conjuntas;
- articular esforços e competências;
- influenciar politicamente;
- desenvolver formação;
- outras tantas finalidades e motivos.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra
rede!: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da
violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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