Dificuldades, avanços e propostas
É necessário identificar
conjuntamente os obstáculos que cada instituição vive no cotidiano de sua
atuação, assim como os avanços conquistados e as propostas para melhorar o
seu trabalho e o trabalho em rede. Esse momento traz informações
fundamentais para a próxima etapa, que é a de construção dos objetivos e metas.
Objetivos e planos de metas
Como dissemos antes, uma rede só existe na
medida em que os integrantes tenham e alimentem objetivos comuns e busquem
um resultado desejado por todos. Declarar esses objetivos e
resultados, é fundamental para que o trabalho comece a acontecer.
Vamos aqui
chamar de objetivo aquilo que faz um grupo de instituições e organizações estar
junto, o horizonte que anima esse esforço todo, a resposta para a
pergunta: pra que a Rede? Planejar as metas significa definir o que
faremos em um determinando tempo para avançarmos rumo aos objetivos da
Rede.
Meta é algo concreto que se faz, um resultado que pode ser medido.
Quais são as nossas metas para daqui seis meses? Onde queremos estar em um
ano? Cuidado: é fundamental definir metas que sejam factíveis, sem entrar
na megolomania. Ainda mais em um esforço que envolve instituições e
organizações heterogêneas, é necessário levar com calma o andor. Se as metas são
muitas e os grupos ficam muito longe delas, a frustração toma lugar e
fragiliza o poder de ação das pessoas. O objetivo acaba ficando muito longínquo e
inalcançável, cheio de dificuldades. Mas se as metas forem poucas e puderem ser
alcançadas, pelo menos em parte, o grupo vai se sentindo mais forte e
competente para o desafio, ganhando asas para voar mais longe.
Para se definir coletivamente, com todos os
parceiros, de forma intersetorial, os objetivos e as metas do
trabalho em rede, a metodologia do planejamento estratégico é uma poderosa
ferramenta.
O planejamento estratégico é um conjunto de procedimentos que ajuda as
organizações e as comunidades a definirem suas prioridades, metas,
estratégias e criar vínculos, confiança e compromissos entre os(as) participantes.
Possibilita o reconhecimento de diferentes visões e conflitos no grupo e a
construção de pactos em torno de objetivos comuns. Existem diversas abordagens
de planejamento estratégicos, as mais recomendadas para o trabalho em rede
são as que permitem processos mais participativos. Alguns passos de um planejamento estratégico:
- Definir quem vai participar do grupo de planejamento
- Levantar os problemas enfrentados pelas instituições
- Identificar possíveis causas
- Estabelecer os resultados que se almeja
- Explicitar os objetivos do grupo
- Traçar o plano de ação com as metas, o cronograma e a divisão de responsabilidades
- Analisar a viabilidade (contexto, riscos, oportunidades)
- Definir como será o gerenciamento do trabalho
- Realizar monitoramento e avaliação permanentes
Do planejamento estratégico, faz parte a
definição do cronograma e a divisão das responsabilidades. É necessário
que todos assumam suas responsabilidades na construção da rede, de acordo com as
possibilidades reais.
Para saber se estamos chegando onde nos
propusemos, avaliar os passos dados e corrigir os rumos é fundamental realizar o
monitoramento e a avaliação de indicadores. Os indicadores são termômetros
que assumimos como referência do caminho, importantes instrumentos que
facilitam o processo de tomada de decisão e que ajudam a medir se estamos
avançando no que nos propusemos, ou seja, rumo à melhoria da qualidade do
atendimento oferecido à população.
Esses indicadores podem ser qualitativos e
quantitativos e medir a eficiência, a eficácia e o impacto da ação na comunidade. É
fundamental definir aqueles indicadores que se tenha condição de
monitorar de fato. E quem vai fazer esse monitoramento? Pode-se definir um grupo,
a coordenação do processo ou alguém externo. O importante é que o
processo de avaliação seja permanente e permita perceber nossos avanços, desafios e
aonde a coisa pega.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário