Preparando o meio de campo
Mesmo que já existam espaços de articulação
entre instituições, organizações e grupos em seu município, a
construção da rede exige o desenvolvimento de um processo de trabalho
focado nesse objetivo. Esse processo deve ser contínuo e envolver diferentes
momentos como oficinas, reuniões e seminários.
Lembre-se
Caso o investimento
para a construção da rede de serviços se restrinja somente a uma oficina, um
seminário ou a uma reunião, com certeza o trabalho não vai
decolar. Poderá até sensibilizar as pessoas e as instituições para a
importância de um trabalho em rede, mas o “fazer acontecer” exige um
processo continuado, passo a passo, temperado com muita paciência
e persistência.
Quem puxa o
processo de construção da rede terá o importante papel de criar condições para
que esse processo nasça, cresça e aconteça. Visitar as instituições e os grupos,
sensibilizar os(as) dirigentes dessas organizações para a importância da iniciativa
e identificar aquela pessoa na instituição que pode ser representante (e
fazer a diferença no processo) são ações fundamentais.
É claro que é difícil
indicar a pessoa que representará a outra instituição, mas às vezes há espaço
para participar dessa decisão. Na medida do possível, é importante que a pessoa
esteja legitimada pela instituição para representá-la nesse processo e tenha o
mínimo de poder de decisão para pactuar com os demais os rumos do
processo.
Com o objetivo de sensibilizar as
instituições e valorizar a proposta, é fundamental dar projeção pública à ideia da
rede de serviços. A realização de um seminário sobre o assunto, envolvendo as
diversas instituições, organizações e movimentos da sociedade, além de
autoridades; a divulgação ampla nos meios de comunicação locais sobre a
importância da construção de redes e a proposta para concretizá-la no município
e estado; o lançamento público da ideia em uma data comemorativa, são algumas dicas para colocar o processo em
evidência.
Além de ganhar a opinião pública, essas iniciativas podem contribuir
para a maior sensibilização dos níveis dirigentes das instituições com
relação à importância desse trabalho.
Muitas vezes nem todas as instituições que
atuam com Políticas Públicas terão condições ou estarão sensibilizadas
para participar da rede de serviços. Um dos caminhos é investir na maior
sensibilização desses atores e na divulgação da proposta. Outras vezes, o jeito é começar
com quem pode e está afim e depois ir envolvendo outras instituições e
outros grupos.
Pode também ser uma boa opção priorizar um município ou
região para mostrar o impacto de
um trabalho em rede. Essa avaliação dependerá
muito do contexto e das condições locais.
Fonte:
adaptação e transcrição da publicação Vem pra roda! Vem pra rede: Guia de apoio à construção de redes de serviços para o enfrentamento da violência contra a mulher / Denise Carreira, Valéria Pandjiarjian - São Paulo;
Rede Mulher de Educação, 2003.
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